Brazil Warned World’s First Commercial Release of GM Mosquitoes Requires Full Public Consultation

Joint press release (Portuguese version below)  

Third World Network, AS-PTA, Red América Latina Libre de Transgénicos, Gene Watch UK 

10th April 2014  

Brazil warned world’s first commercial release of GM mosquitoes requires full public consultation 

 

Environmental and civil society groups today warned the Brazilian regulator of genetically modified organisms (GMOs), CTNBio, not to approve commercial releases of GM mosquitoes in Brazil without full public consultation, access to conclusive field trials data and a post release monitoring plan. The groups cautioned that the consequences for human health and the environment are poorly understood and need to be further studied. 

The GM Aedes aegypti mosquitoes are produced by UK company Oxitec and the decision follows extensive lobbying by the UK Government to try to create an export market for its products (1). The company, which has close links to the multinational agribusiness Syngenta, also has GM agricultural pests, such as GM fruit flies, at an experimental stage and approval for field trials are pending in Brazil. 

“There are no data showing that this GM mosquito actually reduces dengue incidence. In the case it is approved for commercial use, the decision will have been based much more on propaganda than on concrete data from field studies”, said Gabriel Fernandes, advisor with the Brazilian organization AS-PTA. 

Oxitec’s ineffective and risky GM insects are a poor showcase for British exports to Brazil. A desperate desire to prop up British biotech and reward venture capital investors should not blind the UK and Brazilian governments to the risks of this technology”, said Dr Helen Wallace, Director of GeneWatch UK. 

Oxitec has not yet published any conclusive results from its Brazilian trials, which began in February 2011. Results from earlier trials with the same GM mosquito in the Cayman Islands show that the technology is ineffective, requiring a predicted release of more than 7 million GM mosquitoes a week to suppress a wild population of only 20,000 mosquitoes initially, followed by an ongoing release ratio of 2.8 million a week (2). Numbers of mosquitoes in surrounding areas also appear to increase during the releases (3). 

Releases of GM mosquitoes pose poorly understood risks to human health and the environment (4): 

·        –  Oxitec’s experiments have included no monitoring of impacts on disease and the company has failed to consider possible negative impacts on the incidence of dengue or dengue hemorrhagic fever (the more serious form of the disease). This is a serious omission because dengue fever could be made worse if the technology is only partially or temporarily effective, due to complex effects on human immunity to the four types of dengue virus. 

·         –  A major ecological risk is that numbers of Aedes albopictus (the Asian Tiger mosquito), which also carry dengue, may increase as a result of the releases and establish in new areas. 

·         –  There are no published toxicity tests to show that swallowing GM mosquitoes or being bitten by surviving GM females is safe for humans, pets and wildlife. 

·         –  The technology that limits reproduction of the GM mosquitoes is likely to break down if they encounter the common antibiotic tetracycline in the environment, or if they evolve resistance to the genetic killing mechanism over time. The offspring of Oxitec’s GM mosquitoes have a survival rate of 3%, but rose to 18% when fed on cat food containing industrially farmed chicken which is contaminated with tetracycline.  Tetracycline is used as a chemical switch for the genetic killing mechanism in order to allow breeding in the lab. 

·        –  Oxitec has genetically modified a non-native strain of Aedes aegypti which may alter the transmission of dengue or other diseases where it is released. The mosquitoes’ disease transmission properties have not been tested and are likely to spread into the wild mosquito population.  

For further information contact: 

 

Dr. José Maria Ferraz – 19 992 492 927

Dr Helen Wallace, Director, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (office); +44-7903-311584 (mobile)

Lim Li Ching, Senior Researcher, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (office); +6012-2079744 (mobile)
 

 

Notes for editors:   

1)  UK Chancellor George Osborne, is currently visiting Brazil to promote British exports, and has extended R&D tax credits specifically to aid the company. Oxitec is a spin-out from Oxford University, which remains one of its main investors, along with venture capital firm Oxford Capital Partners and the Boston multi-millionaire Landon Clay. Oxitec has received more than £2.5 million subsidy in taxpayer-funded grants from the UK government-funded Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), mostly for joint projects with Oxford University. Unsubstantiated claims of benefits (based on unpublished scientific results) have been widely promoted by the BBC, whose Chairman Lord Patten is also Chancellor of Oxford University. Freedom of Information requests by GeneWatch UK have revealed that the Brazilian and UK Governments made a secret deal to commercialise Oxitec’s GM insects in 2007, regardless of any scientific evidence.

2)  Winskill P, Harris AF, Morgan SA, et al. (2014) Genetic control of Aedes aegypti: data-driven modelling to assess the effect of releasing different life stages and the potential for long-term suppression. Parasites & Vectors 7(1):68. 

3)  Harris AF, McKemey AR, Nimmo D, Curtis Z, Black I, Morgan SA, Oviedo MN, Lacroix R, Naish N, Morrison NI, Collado A, Stevenson J, Scaife S, Dafa’alla T, Fu G, Phillips C, Miles A, Raduan N, Kelly N, Beech C, Donnelly CA, Petrie WD, Alphey L (2012) Successful suppression of a field mosquito population by sustained release of engineered male mosquitoes. Nat. Biotech., 30(9), 828–830. Increases in surrounding areas were also observed in the Brazilian trials. 

4)  Genetically Modified Mosquitoes: Ongoing Concerns. By Helen Wallace. 2013. TWN Biotechnology & Biosafety Series 15. http://twnside.org.sg/title2/biosafety/pdf/bio15.pdf

 

 
 
Rio de Janeiro, 9 de abril de 2014.
 
Nota à imprensa
 

Third World Network, AS-PTA, Red America Latina Libre de Transgénicos, Gene Watch UK

 

 

Brasil pode ser primeiro país do mundo a liberar Aedes aegypti transgênicos

 

Estudos não são conclusivos e não comprovam redução da doença 

Organizações da sociedade civil alertam para o fato de que nesta quinta (10) a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pode liberar o uso comercial de mosquitos transgênicos sem que a população tenha sido devidamente consultada, sem a realização de avaliação de risco e sem a existência de dados conclusivos dos estudos de campo nem de um plano de monitoramento. As entidades ressaltam que as consequências para a saúde e para o meio ambiente ainda são pouco conhecidas e precisam ser melhor estudadas.  

O Aedes aegypti geneticamente modificado é produzido pela empresa inglesa Oxitec e responde a um intenso lobby do governo inglês para criar um mercado de exportação para o produto (1). A empresa, que tem vínculos com a suíça do agronegócio Syngenta, também desenvolve insetos transgênicos para uso agrícola, como a mosca da fruta, para a qual também já pediram liberação no Brasil. 

“Os mosquitos ineficazes da Oxitec apresentam risco e são um péssimo exemplo de produto que a Inglaterra exporta para o Brasil. Trata-se de uma tentativa desesperada de promover a biotecnologia inglesa e remunerar o capital de risco, mas isso não deveria cegar os governos do Brasil e da Inglaterra para o risco da tecnologia”, disse a doutora Helen Wallace, diretora do GeneWatch UK. 

A empresa ainda não publicou dados conclusivos de seus estudos de campo na Bahia, que começaram em fevereiro de 2011. Resultados de experiências anteriores nas Ilhas Cayman, com o mesmo mosquito, mostraram que a tecnologia não funciona e requer a liberação de mais de 7 milhões de mosquitos por semana para suprimir inicialmente uma população de apenas 20.000 mosquitos nativos, que deve ser seguida por liberações semanais de 2,8 milhões de mosquitos (2). Também há indicativos de que o número de mosquitos nessas áreas cresce durante as liberações (3). 

A liberação desses mosquitos geneticamente modificados apresenta riscos ainda pouco entendidos (4): 

  • Os experimentos da Oxitec não incluíram o monitoramento do impacto sobre a doença e a empresa não considerou possíveis efeitos negativos sobre a incidência de dengue ou dengue hemorrágica. Trata-se de séria omissão pois a manifestação da doença pode ser agravada caso a tecnologia seja apenas parcial ou temporariamente eficaz em razão de efeitos sobre a imunidade humana aos quatro tipos existentes de vírus da dengue. 
  • O maior risco ecológico é que a redução da população de A. aegypti dê lugar ao A. albopictus, que é outra espécie de mosquito também vetor de doenças, inclusive da dengue. 
  • Não há testes toxicológicos que comprovem não haver riscos no caso de picadas de fêmeas do mosquito modificado em animais ou humanos. 
  • A técnica que limita a reprodução do mosquito modificado pode ser quebrada no caso de contato com o antibiótico tetraciclina no ambiente. Os descendentes do mosquito da Oxitec têm taxa de sobrevivência de 3%, mas esse valor subiu para 18% quando foram alimentados com ração de gato contento frango tratado com o antibiótico. A tetraciclina é usada para a produção dos mosquitos GM em laboratório. 

A reunião da CTNBio será realizada nesta quinta, dia 10, a partir das 9h no Setor Policial, Quadra 3, Área 5, Bloco A – Térreo – Auditório da AEB. Brasília – DF  

 

Contatos:

 
Dr. José Maria Ferraz: 19 992 492 927

Dr Helen Wallace, Director, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (office); +44-7903-311584 (mobile)

Lim Li Ching, Senior Researcher, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (office); +6012-2079744 (mobile)  

Notas: 

 

(1)   UK Chancellor George Osborne, is currently visiting Brazil to promote British exports, and has extended R&D tax credits specifically to aid the company. Oxitec is a spin-out from Oxford University, which remains one of its main investors, along with venture capital firm Oxford Capital Partners and the Boston multi-millionaire Landon Clay. Oxitec has received more than £2.5 million subsidy in taxpayer-funded grants from the UK government-funded Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), mostly for joint projects with Oxford University. Unsubstantiated claims of benefits (based on unpublished scientific results) have been widely promoted by the BBC, whose Chairman Lord Patten is also Chancellor of Oxford University. Freedom of Information requests by GeneWatch UK have revealed that the Brazilian and UK Governments made a secret deal to commercialise Oxitec’s GM insects in 2007, regardless of any scientific evidence.

(2)   Winskill P, Harris AF, Morgan SA, et al. (2014) Genetic control of Aedes aegypti: data-driven modelling to assess the effect of releasing different life stages and the potential for long-term suppression. Parasites & Vectors 7(1):68.

(3)   Harris AF, McKemey AR, Nimmo D, Curtis Z, Black I, Morgan SA, Oviedo MN, Lacroix R, Naish N, Morrison NI, Collado A, Stevenson J, Scaife S, Dafa’alla T, Fu G, Phillips C, Miles A, Raduan N, Kelly N, Beech C, Donnelly CA, Petrie WD, Alphey L (2012) Successful suppression of a field mosquito population by sustained release of engineered male mosquitoes. Nat. Biotech., 30(9), 828–830. Increases in surrounding areas were also observed in the Brazilian trials.

(4)   Genetically Modified Mosquitoes: Ongoing Concerns. By Helen Wallace. 2013. TWN Biotechnology & Biosafety Series 15. http://twnside.org.sg/title2/biosafety/pdf/bio15.pdf

 

Brazil Warned World’s First Commercial Release of GM Mosquitoes Requires Full Public Consultation

Rio de Janeiro, 9 de abril de 2014. 

Nota à imprensa

 

 

 

Third World Network, AS-PTA, Red America Latina Libre de Transgénicos, Gene Watch UK 

 

 

Brasil pode ser primeiro país do mundo a liberar Aedes aegypti transgênicos 

 

 

 

 

Estudos não são conclusivos e não comprovam redução da doença

Organizações da sociedade civil alertam para o fato de que nesta quinta (10) a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pode liberar o uso comercial de mosquitos transgênicos sem que a população tenha sido devidamente consultada, sem a realização de avaliação de risco e sem a existência de dados conclusivos dos estudos de campo nem de um plano de monitoramento. As entidades ressaltam que as consequências para a saúde e para o meio ambiente ainda são pouco conhecidas e precisam ser melhor estudadas. 

 

 

O Aedes aegypti geneticamente modificado é produzido pela empresa inglesa Oxitec e responde a um intenso lobby do governo inglês para criar um mercado de exportação para o produto (1). A empresa, que tem vínculos com a suíça do agronegócio Syngenta, também desenvolve insetos transgênicos para uso agrícola, como a mosca da fruta, para a qual também já pediram liberação no Brasil. 

“Os mosquitos ineficazes da Oxitec apresentam risco e são um péssimo exemplo de produto que a Inglaterra exporta para o Brasil. Trata-se de uma tentativa desesperada de promover a biotecnologia inglesa e remunerar o capital de risco, mas isso não deveria cegar os governos do Brasil e da Inglaterra para o risco da tecnologia”, disse a doutora Helen Wallace, diretora do GeneWatch UK. 

A empresa ainda não publicou dados conclusivos de seus estudos de campo na Bahia, que começaram em fevereiro de 2011. Resultados de experiências anteriores nas Ilhas Cayman, com o mesmo mosquito, mostraram que a tecnologia não funciona e requer a liberação de mais de 7 milhões de mosquitos por semana para suprimir inicialmente uma população de apenas 20.000 mosquitos nativos, que deve ser seguida por liberações semanais de 2,8 milhões de mosquitos (2). Também há indicativos de que o número de mosquitos nessas áreas cresce durante as liberações (3). 

A liberação desses mosquitos geneticamente modificados apresenta riscos ainda pouco entendidos (4): 

  • Os experimentos da Oxitec não incluíram o monitoramento do impacto sobre a doença e a empresa não considerou possíveis efeitos negativos sobre a incidência de dengue ou dengue hemorrágica. Trata-se de séria omissão pois a manifestação da doença pode ser agravada caso a tecnologia seja apenas parcial ou temporariamente eficaz em razão de efeitos sobre a imunidade humana aos quatro tipos existentes de vírus da dengue. 
  • O maior risco ecológico é que a redução da população de A. aegypti dê lugar ao A. albopictus, que é outra espécie de mosquito também vetor de doenças, inclusive da dengue. 
  • Não há testes toxicológicos que comprovem não haver riscos no caso de picadas de fêmeas do mosquito modificado em animais ou humanos. 
  • A técnica que limita a reprodução do mosquito modificado pode ser quebrada no caso de contato com o antibiótico tetraciclina no ambiente. Os descendentes do mosquito da Oxitec têm taxa de sobrevivência de 3%, mas esse valor subiu para 18% quando foram alimentados com ração de gato contento frango tratado com o antibiótico. A tetraciclina é usada para a produção dos mosquitos GM em laboratório. 

A reunião da CTNBio será realizada nesta quinta, dia 10, a partir das 9h no Setor Policial, Quadra 3, Área 5, Bloco A – Térreo – Auditório da AEB. Brasília – DF

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Contatos: 

 

Dr. José Maria Ferraz: 19  992 492 927

Dr Helen Wallace, Director, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (office); +44-7903-311584 (mobile)

Lim Li Ching, Senior Researcher, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (office); +6012-2079744 (mobile) 

 

 

Notas: 

 

(1)   UK Chancellor George Osborne, is currently visiting Brazil to promote British exports, and has extended R&D tax credits specifically to aid the company. Oxitec is a spin-out from Oxford University, which remains one of its main investors, along with venture capital firm Oxford Capital Partners and the Boston multi-millionaire Landon Clay. Oxitec has received more than £2.5 million subsidy in taxpayer-funded grants from the UK government-funded Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), mostly for joint projects with Oxford University. Unsubstantiated claims of benefits (based on unpublished scientific results) have been widely promoted by the BBC, whose Chairman Lord Patten is also Chancellor of Oxford University. Freedom of Information requests by GeneWatch UK have revealed that the Brazilian and UK Governments made a secret deal to commercialise Oxitec’s GM insects in 2007, regardless of any scientific evidence.

(2)   Winskill P, Harris AF, Morgan SA, et al. (2014) Genetic control of Aedes aegypti: data-driven modelling to assess the effect of releasing different life stages and the potential for long-term suppression. Parasites & Vectors 7(1):68.

(3)   Harris AF, McKemey AR, Nimmo D, Curtis Z, Black I, Morgan SA, Oviedo MN, Lacroix R, Naish N, Morrison NI, Collado A, Stevenson J, Scaife S, Dafa’alla T, Fu G, Phillips C, Miles A, Raduan N, Kelly N, Beech C, Donnelly CA, Petrie WD, Alphey L (2012) Successful suppression of a field mosquito population by sustained release of engineered male mosquitoes. Nat. Biotech., 30(9), 828–830. Increases in surrounding areas were also observed in the Brazilian trials.

(4)   Genetically Modified Mosquitoes: Ongoing Concerns. By Helen Wallace. 2013. TWN Biotechnology & Biosafety Series 15. http://twnside.org.sg/title2/biosafety/pdf/bio15.pdf

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